domingo, 6 de maio de 2012


PRIMADO DOS DEZ MANDAMENTOS

1.     O decálogo (Dez Mandamentos), é o cuidado pela  manutenção da aliança, da amizade entre Deus e o homem. Deus livra seu povo da escravidão e estabelece aliança, amizade, reciprocidade com este seu aliado. Para proteger esta amizade e manter a aliança são promulgados os dez mandamentos. Assim fazem os amigos, os namorados, os esposos, os aliados. O amor é exigente, é mandamento. Em outras palavras, os mandamentos defendem, promovem e cuidam do amor.

2.     Os Dez Mandamentos são regras para proteger a vida. O valor primordial a ser defendido é a vida. Viver bem, ter vida digna, plena, feliz, eis o que o Deus da vida quer para seus filhos e filhas. O decálogo é um código de defesa da vida, dos direitos humanos, do verdadeiro humanismo. São normas que o Criador escreveu em nossos corações como proteção da vida longa e feliz.

3.     Os Dez Mandamentos salvam a liberdade. Eles nos livram do mal, do egoísmo, da destrutividade. Proibem e inibem nossa escravidão às coisas e pessoas, libertam do poder do ódio, da mentira, da ambição, das paixões. São remédio contra os venenos da existência humana. Quanto mais seguimos os mandamentos mais livres seremos. Livres do mal.

4.     Os mandamentos expressam a sabedoria e providência de Deus. o povo de Deus é sábio, torna-se sábio, se obedecer aos mandamentos, que são leis inteligentes, justas, autenticas, protetoras. Os Dez Mandamentos são uma pedagogia porque indicam o caminho do bem, da verdade, da justiça, da retidão. Conduzem à felicidade e à virtude. Graças ao decálogo podemos construir uma sociedade justa, fraterna, solidária. O bem comum precisa das leis do decálogo. Estas leis são um código de ética universal. Valem para todas as pessoas, culturas e nações.

5.     Os Dez Mandamentos são leis inatas, naturais, dadas pelo Criador, e por Ele colocadas em nossos corações e consciências. São a base autêntica para a vida pessoal e social. Antes de serem escritos nas pedras, os mandamentos foram escritos no coração. São a voz da consciência moral e nos levam a colaborar com o Criador e a conviver com os outros em igualdade, dignidade, liberdade e reciprocidade. Constituem a lei natural que ordena a todos: “faze o bem, evite o mal”. Os Mandamentos são o futuro da humanidade. Se observarmos os mandamentos, temos o futuro garantido, porque temos a força interior, a bússola dos valores, o rumo certo que preserva a vida na terra.

6.     O decálogo é luz e orientação para a sociedade. Não precisaríamos multiplicar leis, se observássemos os dez mandamentos. Eles são suficientes e necessários para a organização social. Quanto menos seguimos os Mandamentos, tanto mais, precisamos promulgar leis que se tornam coativas, opressoras, arbitrárias. Jesus não anulou o decálogo, mas, o aprimorou, completou, aprofundou. O novo decálogo são as bem-aventuranças. Elas mostram o que é a felicidade. São orientações para a concretização do Reino de Deus. Prescrevem como é o novo mundo, a nova sociedade. Os fariseus inventaram 615 mandamentos. Jesus resumiu-os em dois. Basta o mandamento do amor.

7.     Os Dez Mandamentos são uma escola, uma catequese, um ensinamento ético e social. São leis inatas que levam ao bom senso, à retidão, aos deveres essenciais. O decálogo é a mais perfeita legislação de todos os tempos. “Se queres entrar na vida eterna, guarda os mandamentos” (Mt 19,17). Muitos problemas internacionais, continentais, sociais e pessoais seriam resolvidos se a humanidade observasse os Dez Mandamentos, que são a síntese da verdadeira humanidade, da retidão da consciência moral e da sociedade justa e fraterna. Mais que promulgar leis, precisamos voltar à prática e observância do decálogo que expressa a vontade de Deus e realiza o desejo do coração humano, da lei natural e da consciência reta.

Dom Orlando Brandes
Bispo de Londrina

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